quarta-feira, 1 de junho de 2011

Atividade 3 da Gincana de Genética - Fichamentos

Transplante de células da medula óssea no tratamento da cardiopatia chagásica crônica

SANTOS, Ricardo Ribeiro dos; SOARES, Milena Botelho Pereira  e  CARVALHO, Antônio Carlos Campos de. Transplante de células da medula óssea no tratamento da cardiopatia chagásica crônica. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2004, vol.37, n.6, pp. 490-495. ISSN 0037-8682.

"A célula-tronco é uma célula indiferenciada, capaz de proliferar e de originar outras células-tronco (o que é denominado autoregeneração) e células com capacidade de se diferenciar, originando células diferenciadas com capacidade funcional normal. Para realizar a dupla tarefa de se auto-regenerar e ao mesmo produzir células diferenciadas, a célula-tronco pode seguir dois modelos básicos de divisão celular." (p.491)

"Em 1981, foi descrita a técnica de imortalização de células derivadas da massa celular interna de blastocistos de embriões de camundongos,   a s   c é l u l a s - t r o n c o   embrionárias ou E S(embryonic stem cells). Células ES são pluripotentes, pois podem proliferar indefinidamente in vitro sem se diferenciar, mas também podem se diferenciar em vários tipos celulares dependendo das condições de cultivo." (p.491)

"Desde a década de 60, sabe-se que organismos adultos têm a capacidade de auto-regenerar determinados tecidos como a pele, o epitélio intestinal e principalmente o sangue, que tem suas células constantemente destruídas e renovadas, num complexo e finalmente regulado processo de proliferação e diferenciação celular." (p.491)

"Nas cardiopatias em particular, o avanço das terapias celulares foi fantástico. Em casos de infarto do miocárdio, a injeção de células-tronco obtidas de medula óssea nas bordas da área lesada pela isquemia induziu o reparo do miocárdio lesado e causou a melhora funcional, inicialmente em estudos utilizando modelos animais, e mais recentemente, em pacientes." (p.492)

"A cardiopatia chagásica crônica, uma doença que afeta milhões de indivíduos na América Latina, é uma doença para a qual não há nenhum tratamento eficaz. Esta doença é caracterizada por uma resposta inflamatória que leva à destruição progressiva do miocárdio, resultando em cardiomegalia e insuficiência cardíaca congestiva, levando à morte dos indivíduos." (p.492)

"As causas da melhora da inflamação e da fibrose no modelo murino de cardiopatia chagásica após o transplante de células de medula óssea ainda não estão esclarecidas. O tratamento não causou alteração na carga parasitária, indicando que não há um efeito direto no parasita. É possível, no entanto, que a resposta imune que promove a cardiopatia chagásica seja modulada pelo transplante de células de medula óssea.
A observação de apoptose nas células do exudato inflamatório dos camundongos chagásicos transplantados, assim como a duração prolongada do efeito dos transplantes (até 6 meses após o transplante)
são indicações de que as células transplantadas podem estar alterando
a resposta agressora ao coração." (p.493)

"A terapia com células de medula óssea não cura a doença de Chagas. Até onde observamos, não há alteração na carga parasitária ou na parasitemia dos animais tratados, indicando que ela não interfere na infecção pelo T. cruzi. Não se sabe também se esta terapia tem efeito na resposta imune agressora ao coração. Esta é uma terapia com a qual se tenta reparar os danos causados durante anos ou até décadas de agressão ao miocárdio, resultante da doença de Chagas. O que se espera é que estes indivíduos possam conviver com o parasita sem sintomatologia, como ocorre com a maioria dos indivíduos infectados pelo T. cruzi, na forma indeterminada da doença." (494)

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