quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dor Orofacial


Condição de dor associada aos tecidos da cabeça, face, pescoço e estruturas da cavidade oral. Incluem-se, entre outras, as dores de cabeça, dores de ouvido, sensibilidade de articulações mandibulares e músculos utilizados na mastigação, dores com origem no sistema nervoso, dores psicogênicas, dores por doenças graves (como tumores e AIDS).
Muitas pessoas com desconforto na face, podem estar apresentando problemas relacionados aos músculos mandibulares e articulações da mandíbula (ou ATMs) . Por não estarem funcionando adequadamente, resultam em ciclos de dor e espasmos dos músculos. Estes problemas são freqüentemente referidos como Desordens Têmporo Mandibulares (DTMs). Já que as causas de algumas DTMs não são bem compreendidas, existem opiniões diversas sobre seu diagnóstico e tratamento. Talvez você mesmo já tenha alguma vez sentido dores na área de suas ATMs, ou ainda o seu Dentista ou Médico tenham lhe dito que você apresenta alguma forma de DTM. Se você tem dúvidas sobre este assunto, você não está sozinho: também os pesquisadores estão procurando respostas sobre o que causa as DTMs, quais são as melhores formas de tratá-las e como preveni-las.
1- ATM e seu funcionamento A Articulação Têmporo Mandibular une a mandíbula ao crânio (no osso temporal, na porção lateral da cabeça). Se você colocar seus dedos indicadores bem à frente dos ouvidos, abrir e fechar a boca poderá perceber o movimento das articulações de cada lado da cabeça. Devido à flexibilidade dessas articulações, a mandíbula pode ser movimentada suavemente para cima e para baixo e para os lados, permitindo que se fale, boceje, mastigue, etc. O que controla seus movimentos e posições são os músculos mastigadores que estão ligados à mandíbula.
Na mandíbula, existem uns extremos arredondados chamados de côndilos mandibulares (parte inferior da articulação), que ao abrirmos a boca, eles se deslocam dentro das cavidades articulares que estão nos ossos temporais de cada lado da cabeça. Quando fecharmos a boca, eles retornarão às suas posições iniciais. Para permitir este movimento suave dos côndilos durante os movimentos de abertura e fechamento da boca, é necessária a presença de um disco articular flexível entre o côndilo (na mandíbula) e o osso temporal (no crânio). Este disco irá absorver os choques sobre as articulações (ATMs), quando da mastigação e outros movimentos mandibulares. Qualquer problema que interfira com o funcionamento desse complexo sistema de músculos, ligamentos, discos e ossos pode resultar em uma DTM.
2- DTMs (Desordens Têmporo Mandibulares)DTM não é apenas uma desordem, mas um grupo de condições freqüentemente dolorosas que afetam a articulação da mandíbula / boca (ATM) e os músculos responsáveis pela mastigação. Embora não se saiba exatamente quantas pessoas apresentam alguma forma de DTM, parece que as mulheres são mais afetadas que os homens. As categorias mais freqüentes de DTMs são: dor miogênica: a forma mais comum de DTM, que é a presença de desconforto ou dor nos músculos da mastigação, podendo às vezes atingir até músculos do pescoço e ombro. desarranjos internos da ATM: significa que existe um disco articular deslocado ou mal posicionado, ou mesmo lesão na articulação.  doenças degenerativas da ATM: como osteoartrite ou artrite reumatóide das ATMs.
Uma pessoa poderá apresentar uma ou mais destas condições ao mesmo tempo.
3- Causas de DTMsEnquanto algumas formas de DTMs têm causas bem definidas como trauma, artrite ou estresse nervoso, a maioria é causada por uma combinação de fatores. Pesquisadores acreditam que na maioria das pessoas que apresentam clique na ATM, provavelmente o disco articular não está em sua posição normal. No entanto, esses problemas são geralmente de menor importância, e na ausência de dor mandibular ou problemas com o movimento mandibular suave eles não requerem tratamento.
Alguns especialistas sugerem que o estresse físico e ou mental poderá causar ou agravar uma DTM. Ao observar pessoas com DTMs, nota-se que elas freqüentemente rangem ou apertam seus dentes à noite o que poderá "cansar"os músculos mastigadores e causar dor. Com o passar do tempo, problemas musculares persistentes poderão afetar as articulações, e um complexo ciclo de dor e disfunção estará estabelecido. No entanto, não está claro se o estresse é a causa do ranger/apertar e subseqüente dor, ou se é resultado devido à presença de dor e disfunção mandibular crônica.
As causas exatas das desordens são muitas vezes ainda desconhecidas e algumas vezes é mesmo impossível determinar-se as causas dos sintomas. Cientistas estão agora explorando como fatores físicos, psicológicos e comportamentais podem se combinar e dar origem a DTMs.
4- Sinais e Sintomas de DTMs
É encontrada uma variedade de sintomas relacionados a DTMs, como por exemplo:
 dor nos músculos mastigadores e/ou ATMs, é o sintoma mais comum;
 limitação de movimentos ou mesmo travamento da mandíbula;
 dor irradiada na face , pescoço ou ombros;
 clique doloroso, crepitação ao abrir ou fechar a boca;
 alteração súbita da maneira como os dentes superiores e inferiores se encaixam;
 dor provocada ao bocejar , mastigar, ou abrir exageradamente a boca.
Outros sintomas como dor de cabeça, dor de ouvido, tontura e problemas de audição podem algumas vezes estar relacionados a DTMs. Deve-se ter em mente, no entanto, que desconforto ocasional nas ATMs ou músculos mastigadores é bastante comum e geralmente não configura causa de preocupação.
5- Diagnóstico
É feito pelo cirurgião-dentista, uma seqüência de tratamento baseado em uma anamnese completa, exames clínicos e exames radiográficos apropriados quando necessário ou ainda outros testes de diagnósticos. O paciente descreve os sintomas detalhadamente, depois é feito um exame clínico simples da face e mandíbula através de palpação das ATMs e músculos mastigadores para se saber sobre a presença de dor ou sensibilidade, auscultação de ruídos articulares, e observação de limitação ou travamento dos movimentos de abertura e fechamento da boca. Também é importante conferir a história médica e odontológica do paciente.
Na maioria dos casos, essas informações já são suficientes para identificar a dor ou o problema mandibular, realizando um correto diagnóstico e o tratamento.
Técnicas de imagem como ressonância magnética e tomografia (para visualizar tecidos moles), são necessárias apenas quando o profissional suspeita fortemente de condições como artrite, ou em vigência de dor persistente e/ou outros sintomas que não respondem adequadamente à terapia instituída. Obtendo uma concordância sobre essas diretrizes será feito um diagnóstico, e se necessário, alguma forma de tratamento para a situação existente.
6- Tratamento
O ideal é lembrar que o tratamento sempre que possível deve ser conservador e reversível. Os tratamentos conservadores são bem simples e usados em DTMs que não sejam severas e de ordem degenerativa. Estes tratamentos não invadem os tecidos da face, mandíbula ou ATMs. Tratamentos reversíveis não causam alterações permanentes na estrutura ou posição da mandíbula ou dentes.
Muitas vezes uma terapia de suporte usada pelo paciente, tal como manter uma dieta macia, aplicação de calor ou gelo nas regiões sensíveis, evitar movimentos mandibulares extremos tais como bocejar, cantar alto ou mascar chicletes, acaba trazendo melhoras para a sintomatologia apresentada.O tratamento deve ser realizado por uma equipe de profissionais: dentistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, pois essa condição deve ser abordada com uma visão do paciente como um todo, não se tratando apenas a dor no momento em que o indivíduo a está sentindo.
Outras possibilidades empregadas em terapia: 
 aprendizado de técnicas de relaxamento para se tentar controlar a tensão sobre a musculatura de mastigação;
 tentar eliminar a dor e espasmo muscular pela aplicação de calor úmido ou o uso por pouco período de medicamentos como relaxantes musculares, analgésicos ou antiinflamatórios;
 eliminar alguns efeitos deletérios causados pelo ranger ou apertamento dos dentes através do uso de placa de mordida, que é uma peça de acrílico encaixada sobre os dentes superiores ou inferiores.
As formas de tratamento conservadora e reversível apresentadas anteriormente são úteis para o alívio da dor e desconforto (na sua persistência, o paciente deve comunicar ao seu clínico).
Finalmente, se as ATMs estão afetadas, e outras formas de tratamento não foram bem sucedidas, poderá ser recomendado alguma forma de tratamento cirúrgico.
Existem outras formas de tratamentos invasivos, como a injeção de medicamentos destinados a diminuir a dor em áreas musculares localizadas chamadas de zonas de gatilho. Atualmente está se avaliando se os benefícios são duradouros.
Tratamentos cirúrgicos são freqüentemente irreversíveis e devem ser evitados sempre que possível.
"Antes de se instituir alguma forma de tratamento cirúrgico, deve-se sempre procurar outras opiniões a respeito do problema."
Outras formas de tratamento incluem: a ortodontia, a qual visa a modificação da mordida do paciente; a odontologia restauradora; o ajuste oclusal (desgaste seletivo das superfícies dentárias para "equilibrar "a mordida).

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